Como ficou o mangá JoJo's Bizarre Adventure da Panini?

Primeira parte do mangá foi concluída no Brasil. Como ficou o resultado final?




O anuncio da vinda oficial do mangá JoJo's Bizarre Adventure para o Brasil, pelas mãos da editora Panini, deixou fãs alucinados por todo o território. A obra de Hirohiko Araki está em produção desde meados dos anos 80, dividido atualmente em 8 sagas chamadas de "partes", cada uma com personagens e temáticas distintas. JoJo's sempre pôde contar com uma fanbase leal (ainda que bastante underground) ao longo dos anos, mas o anime produzido pela David Production elevou a popularidade da obra para níveis globais jamais imaginados. Com a popularidade lá em cima, o mangá original começou a finalmente sair do Japão para se aventurar por diversos outros países, incluindo na América Latina, como a Argentina. Então era só uma questão de tempo para JoJo e sua turma chegarem em terras verde-e-amarelas. Agora que a Parte 1 - Phantom Blood - foi concluída, podemos fazer uma análise de como ficou a edição brasileira.


A Panini anunciou a compra dos direitos de JoJo's Bizarre Adventure da CCXP 2017. Inicialmente serão lançados as primeiras 3 partes do mangá: Phantom Blood, Battle Tendency, e  Stardust Crusaders. Nossa edição é baseada na edição Bunko do mangá, que foi lançada no Japão entre 2002 e 2009. Essa edição conta com menos Volumes que o Tanko original, mas cada volume abrange mais capítulos. Isso é ideal para fazer com que cada parte fosse sua próprio história contida, onde nas compilações originais as partes terminavam e começavam ainda dentro de um mesmo volume. Phantom Blood teve 5 volumes originalmente, no Bunko (e Brasil) temos 3 grandes volumes.

Não chega a ser um mangá de luxo. Está longe de ser um JoJonium da vida, mas a edição brasileira da Panini vem impresso em papel offset (não ficam amarelados com o tempo), capa cartonada, e com orelhas e verniz localizado, e no formato 13,7 x 20 cm. Cada volume conta com mais de 300 páginas e sai custando 30 reais. Levando em conta a dificuldade de se licenciar esse mangá, e o quão underground ele ainda é - comparado com obras mais mainstream, como Dragon Ball Super - eu considero que a Panini trouxe JoJo para o Brasil no melhor formato possível. Por 30 reais a Panini entregou JoJo num formato elegante e que fica bonito de se ver na estante.

Apesar do preço e enorme procura, foi relativamente
fácil encontrar JoJo nas bancas até de cidades pequenas

Um detalhe que a edição brasileira ganha em relação ao Bunko japonês é que os nossos volumes tem a arte completa (ou pelo menos grande parte dela). Claro, por teremos volumes por parte, não recebemos todas as artes das capas, o Bunko fez um bom trabalho em selecionar as melhores ou mais icônicas artes para cada Volume. E a Panini fez um ótimo trabalho com elas, todas estão em ótima qualidade (considerando a idade delas). Todas receberam um tratamento de verniz (menos os fundos) e até saem um pouco de suas molduras. Ao abrir o mangá a arte completa se encontra disponível na primeira página (também toda colorida).

Is this a JoJo reference?

Calma, calma... Eu sei que eu enrolei demais. Mas não se preocupe, pois a Panini do Brasil fez o dever de cada e manteve TODAS as referencias musicais intactas na edição brasileira. Eles inclusive adicionaram uma página de glossário, que explica todas as referencias no volume. Um toque que ninguém pediu mais é muito bacana e parece ponto extra. As explicações possuem até relativa profundidade, abrangendo artistas, cantores, bandas musicais, até escritores, ruas, povos e instrumentos de guerra. Claramente muita atenção e cuidado foram postos nesses glossários.

As onomatopeias e arte original também foram mantidas. Ao ler eu não reparei em nenhum problema de escala, como aconteceu com JoJonium no ocidente.

Traduções e termos

Tirando o famoso "WRYYYY" que ficou como "URYYYY" por aqui (se bem que acho que isso é mais uma coisa da Parte 1), os nomes das técnicas e termos foram mantidos como desejávamos. "Hamon" continuou Hamon por aqui, técnicas com nome em inglês ficaram em inglês mesmo (como Sunlight Yellow Overdrive). Técnicas que tem nome em japonês foram traduzidas para o português, mas com os nomes originais no glossário e as devidas explicações.

<----To be continued------|

Como eu já disse, acho que a Panini encontrou a melhor forma de trazer JoJo para o Brasil. A publicação tem uma boa qualidade de material, ótima tradução, design elegante para por na estante após a leitura, mantém todas as referências e nomes originais dos personagens, lançamento de 2 em 2 meses, e tudo isso em cima de um preço bem convidativo de 30 reais (considerando que outros mangás estão sendo publicado de forma mais ralé com 21,90, é um ótimo preço a se pagar por algo quase de luxo). 

Me pergunto se os próximos volumes terão as famosas notas do Araki. Todo volume do tankobon original tinha um trecho de comentários aleatórios do autor. As vezes sobre o mangá, as vezes sobre a vida pessoal dele. Essa notas ganharão notoriedade ao longo dos anos entre os fãs por geralmente contarem alguns historinhas bem... bizarras e sem muito sentido da vida do autor. Na edição brasileira nós só tivemos a mesma descrição da obra nos 3 volumes. No final do Volume 3 tivemos os comentários do autor sobre as inspirações para a Parte 1, seguido de algumas artes conceituais.


Super recomendo JoJo's Bizarre Adventure para qualquer fã de JoJo e até mesmo que quer conhecer a obra. A leitura é bem tranquila e flui naturalmente. É o tipo de história que você pega pra ler numa tarde e vai até de noite sem perceber. Na minha opinião, a Parte 1 de JoJo's é muito melhor no mangá do que no animê. Existem muitas cenas (especialmente de caracterização do personagem do Jonathan) que o animê simplesmente excluiu. Então, pra qualquer um que diz que o Jonathan é sem graça e muito bonzinho, eu digo: WRYYYYYYYY THE MANGO!

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