1 ano usando Linux: a minha experiência até então

 Problemas e desafios encontrados na minha jornada de mudança para o Linux




Exatamente 1 ano atrás, neste mesmo dia, eu fiz essa postagem contando sobre a minha mudança do Microsoft Windows para o sistema operacional do pinguim. De lá para cá muita coisa aconteceu, e eu queria dar o meu parecer, então vamos por partes.

Pop!_OS foi pro espaço

Surpresa, não uso mais o Pop!_OS, troquei para o popular Linux Mint Cinnamon Edition, outro derivado do Ubuntu. O que aconteceu foi que a atualização para a versão 22.10 causou muitos problemas no meu sistema, de modo que o APT não funcionava corretamente após o upgrade. Passei semanas em fóruns buscando ajuda, mas nenhuma das soluções apresentadas resolvia meu problema. Eu também não consegui fazer uma instalação limpa do zero com o disco do Pop!_OS 22.10, nem mesmo 22.04, pois o carregamento congelava antes pouco antes de aparecer a interface gráfica do modo Live ISO. Testei outras distros para saber se não tinha algo de errado com meu PC, e consegui usar o Ubuntu e o Mint sem problemas. Foi aí que eu decidi que eu preferia ter um PC funcional, então instalei o Mint Cinnamon e não olhei para trás desde então. 

Eu costumava ter uma birra com o Linux Mint porque eu sempre achei ele bem feiinho, e admito a aparência foi um dos fatores decisivos para eu escolher o Pop!_OS ao invés de outras distros. Eu gosto do GNOME, e gosto do COSMIC, e eu queria uma experiência diferente da que eu tive a minha vida toda com o Windows, então pra mim o Mint era só mais do mesmo. Foi aí que eu aprendi uma lição valiosa no mundo Linux: estabilidade é mais importante do que aparência. 

Linux Mint Cinnamon Edition: simples e direto ao ponto

Existem muitas ditros derivadas do Ubuntu, mas poucas delas chegam ao patamar do Mint quando o assunto é não ficar na frente do usuário. Aqui você não vai encontrar animações ou papeis de parede super elaborados - apesar de que as versões mais recentes do Mint tem melhorado bastante neste aspecto - e nem tecnologias de última ponta, mas sim um completo pacote de sistema de programas maduros, estáveis e consistentes que cumprem suas devidas tarefas. 


Acho que este é o grande charme do Linux Mint, ele é uma das poucas distros que eu considero como um sistema operacional completo, ideal para navegação pela Internet, trabalho, e lazer. Esse é o tipo de distro que eu recomendaria para botar naquele notebook velho da sua mãe que não consegue atualizar para o Windows 11. O Mint esconde muitas as partes menos desejadas do Linux do usuário, e já vem com um bom pacote de utilitários pré-instalados -  alguns deles desenvolvidos pela própria equipe do Mint.

Eu esperava ficar no Mint só até os problemas do Pop!_OS serem resolvidos, mas o tempo foi passando e eu não tive mais vontade de trocar outra vez. Aquela vontade de fazer distrohop se esvaiu. Eu não morro de amores pelo Mint, mas é que com ele as coisas simplesmente funcionam pra mim. E no que não está quebrado, não se tenta consertar.

Loja de Aplicativos e Atualizações


Na minha análise anterior eu apontei para os problemas persistentes de lentidão da Pop Shop do Pop!_OS, e como eu detestava que as atualizações de aplicativos e do sistema eram distribuídas através dele. O Mint não passa por esse problema porque todas as atualizações são relegadas ao Gerenciador de Atualizações, um aplicativo à parte que fica na sua barra de ferramentas e periodicamente busca por novas atualizações sozinho. As atualizações baixam e instam rapidamente, geralmente coisa de 1 minuto, incluindo atualizações para Flatpaks - nova função adicionava recentemente - do Kernel Linux.


Uso Flatpaks sempre que possível

A loja não é nada de especial, mas é bem organizadinha, com os aplicativos recomendados aparecendo na tela inicial. Suporte para pacotes Flatpak já vem embutido. Eu mesmo evito ao máximo utilizar pacotes DEB, já me traumatizei demais com o APT bugando no Pop!_OS. Hoje em dia sou um adepto de Flatpaks e AppImages, pois acho eles mais estáveis do que os pacotes nativos. Menos Steam, esse eu faço questão de utilizar o pacote nativo porque houvi muito que a versão em Flatpak tem algumas incompatibilidades de integração com o sistema. Até então, tudo está funcionando de acordo. E por falar em Steam...

Jogando no Linux Mint

O Proton da Valve hoje em dia está em um estágio tão avançado que ele consegue roda
todos os jogos da minha biblioteca e do meu irmão

Já me acostumei a jogar no Linux. Tanto é, que hoje em dia eu raramente uso o Windows para jogar algum jogo novo. Até o mesmo irmão tem jogando bastante no Linux, recentemente zerando jogos como Resident Evil 2 Remake e Far Cry 4. Não voltei a usar o Lutris, porque meus jogos estão na Steam. Para alguns jogos piratas que eu tenho eu consegui rodar todos eles via Proton e GE-Proton. O GE-Proton em particular é interessante porque ele integra algumas funções que o Proton oficial da Valve não disponibiliza, como o FSR da AMD, que me permitiu maximizar a performance em alguns títulos com o mínimo de perda visual.

Os shader caches pré-compilados ainda continuam, mas eu aprendi que eles são essenciais para tornar o gameplay mais suave. O tamanho deles varia muito de jogo para jogo, A Hat in Time sendo um dos maiores. Mas geralmente eles não ocupam mais do que alguns Megabytes no disco, sendo deletados quando o respectivo jogo é desinstalado. Por essas e outras coisas minha experiência com jogos no Mint tem sido muito boa, principalmente após eu mudar de uma placa de vídeo da Nvidia, para AMD. Os drivers MESA são muito polidos, e conseguiram extrair mais performance da minha RX 550 do que os drivers oficiais para o Windows. Consegui até mesmo zerar o The Touryst, jogo que não funcionava na minha GT 1030. 

Playback de vídeo (Aceleração de hardware) e outros pensamentos

Acho que muito da minha experiência com o Mint vem de eu ser um usuário mais maduro, que já entende mais de como o Linux funciona. Por isso, deixei de lado muitas das neuras que eu tinha na época do Pop!_OS, uma delas é do playback de vídeo. Felizmente os drivers MESA para GPUs da AMD tem maior suporte nos navegadores do que a Nvidia, mas mesmo que não tivesse, nem ligo mais. Apenas assisto aos vídeos sem pensar nessas coisas.

Linux é legal, mas eu não quero mais me tornar um mago do sistema do pinguim. O computador é uma ferramenta, então não importa que sistema operacional você roda nele ou qual software, contanto que alcance seus objetivos. Não vou deixar o Microsoft Office tão cedo, especialmente nesse meio do meu TCC, e não abro mão do Vegas Pro por nenhum outro editor de vídeos. Por isso eu ainda faço dual boot no meu computador pessoal, e vai permanecer assim por bastante tempo. Linux Mint é o sistema que eu uso para jogar e relaxar, e o Windows é bom para trabalho.

Acho que o Mint, sendo essa distro tão simplezona e não intrusiva me ajudou a repensar o modo como eu encaro a minha jornada com Linux. Meses atrás eu comprei um dongle USB 5.0 da Orico, que como diziam os influencers Linux, funcionava perfeitamente no Mint. Até o dia em que uma atualização de kernel quebrou a compatibilidade com o dongle. Até hoje não corrigiram esse problema. Passei tempos pesquisando, buscando soluções e digitando comandos no Terminal, mas isso estava tirando toda a diversão de eu usar o Linux. Então fiz o que eu devia ter feito desde o começo: comprei um cabo USB longo e conectei meu Dualshock 4 na porta USB frontal do gabinete. Pois é, quando se utiliza Linux, tem se estar pronto para abrir mão de algumas mordomias. Bluetooth historicamente sempre foi difícil de fazer funcionar no Linux, no Pop!_OS então nunca funcionou. É um espanto que tenha funcionado no Mint, pelo menos até a kernel 5.15.0-53.

Bem, é isso. Queria tirar isso do meu peito. Talvez eu não escreva mais nada de análise de distros aqui no blog, apenas tutoriais curtos. É isso, até mais.

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