Sega trás o Sonic do Mega Drive de volta com roupagem nova
O aguardado jogo Sonic Superstars finalmente saiu para PC, Nintendo Switch, Xbox, e PS4 e PS5, trazendo o amado ouriço de volta ao formato clássico do Mega Drive e Master System, mas com gráficos inteiramente repaginados, multiplayer cooperativo, e o retorno de uma figura lendária. Será que vale a pena comprar Sonic Superstars? Confira na review.
O bom e velho Sonic
O sucesso de Sonic Mania (2017) mostrou a viabilidade de um novo jogo do Sonic feito aos moldes clássicos da era do Mega Drive, se tornando o mais bem avaliado jogo do ouriço azul em 20 anos. As expectativas para uma continuação com fases inteiramente originais, no entanto, foram desmanchadas após a confirmação de que o contrato entre a Sega e o time liderado por Christian Whitehead - agora chamado de Evening Star - havia sido encerrado, e o estúdio Arzest seria o responsável por trazer o Sonic barrigudinho de volta aos holofotes em grande estilo.
Dizer que a revelação dessa cooperação foi recebida de forma negativa por fãs e pela imprensa seria eufemismo, a final, Arzest se tornou infame por ser os estúdio responsável pelo fracassado Balan Wonderworld (2021). Apesar de novas revelações dos bastidores do desenvolvimento de Balan ajudarem a pintar um cenário mais compreensível em favor da Arzest, o estúdio já era conhecido por fazem jogos medianos para consoles portáteis e smartphones, com pouca experiência com projetos em HD e de alto orçamento.
Ainda assim, acredito que a Sega escolheu a Arzest para produzir Sonic Superstars porque o estúdio foi fundado por Naoto Ohshima, uma das mentes criativas originais por detrás do Sonic no Mega Drive. Ohshima foi o artista que criou os personagens Sonic e Dr. Eggman, foi um dos level designers do Sonic 1 do Mega, e foi o diretor de Sonic CD (1993). Então Sonic Superstars marca o grande retorno de Naoto Ohshima para a franquia Sonic desde Sonic Adventure (1998).
Ohshima trás toda a sua experiência anterior com os jogos do ouriço de volta. Minha grande preocupação era o level design, mas felizmente ele bom. Não tão bom quanto em Mania ou Sonic 3 & Knuckles (1994), mas se encaixa no padrão de qualidade dos demais jogos clássicos do ouriço. Todas as fases são grandes, com diversas rotas para explorar à procura e itens e colecionáveis.
Se eu tivesse que explicar, diria que é uma mescla das filosofias de Sonic 1 e Sonic CD: ênfase na exploração e plataforma, e velocidade é alcançada por meio de maestria dos controles e memorização do level design. Trip, a lagarto-espinhoso, nova personagem criada pelo Naoto Ohshima, é a que melhor utiliza o level design desse jogo. Armada com um versátil pulo duplo e a habilidade de se agarrar e andar pelas paredes e tetos, Trip balanceia muito bem velocidade e exploração.
Outro detalhe que destaca Superstars dos jogos anteriores é a forma como o jogo progride. Zonas podem ser divididas em 2 ou 3 atos, algumas contém um único ato bem longo. Isso deixa a progressão um pouco desnivelada, pois algumas zonas acabam por não receber tanto destaque.
Fases extras podem ser desbloqueadas com frutas que são coletadas nas fases principais. Essas fases extras não são necessárias para completar o jogo, elas são apenas mini-games onde o objetivo é juntar o maior número de anéis até o final para trocar por moedas para o modo multiplayer.
A trilha sonora de Sonic Superstars foi feito por um time de peso, de diferentes lugares. O veterano da franquia Jun Senoe é o responsável pela maioria das músicas desse jogo, com Tee Lopes e os demais compositores rearranjando faixas individuais. Contribuíram para esse jogo lendas como Hidenori Shoji, de Super Monkey Ball; Takahiro Kai, de Yakuza; Hiroshi Kawaguchi, de Fantasy Zone, Out Run e outros clássicos; até novatos como o Rintaro Soma, de Sonic Frontiers.
O "problema" é que parece que não houve muito diálogo entre os compositores, então cada um fez a música como bem quisesse, sem seguir um única visão pelo jogo todo. Isso deixou as faixas individuais desconexas entre si, parecendo que cada música saiu de um jogo diferente.
Algumas fases como Press Factory Zone soam como música de Mega Drive, já outras como Sand Sanctuary Zone parece que saíram direto do Sonic Mania. É um detalhe que me incomoda um pouco, mas um jogador mais casual isso não é importante, e as músicas no geral são bem divertidas, com destaque para os temas das fases Pinball Carnival Act 2 e Lagoon City Act 2.
Todo mundo junto!
Em Sonic Superstars o Sonic não está sozinho, seus amigos estão prontos para ajuda-lo com o pressionar de um botão. Até quatro jogadores simultâneos podem jogar a campanha principal e participar de toda a ação compartilhando a mesma tela. A câmera acompanha quem estiver mais próximo do final da fase, e jogadores que ficarem para trás podem apertar um botão para aparecerem próximo ao líder.
Não é uma solução elegante, mas acho que não há melhor maneira de implementar multiplayer cooperativo em um jogo tão rápido como Sonic. Ainda assim, seria bom se tivesse a opção de dividir a tela, como em Sonic 2 (1992).
O novo Modo Combate é a única maneira de jogar online nesse jogo, pois a campanha principal fica limitado ao multiplayer local. As moedas que são coletadas no jogo substituem as vidas, e são usadas para comprar peças para o seu avatar robô para usar nesse Modo Combate.
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