Review: Lunistice

 Simples e divertido jogo de plataforma 3D ao estilo dos clássicos do PS1 e Sega Saturn




Durante os meus devaneios pela extensa loja da Steam eu descobri esse joguinho indie de plataforma 3D chamado Lunistice, que me rendeu horas de diversão.

Conforme minha própria coleção de jogos na Steam vai crescendo, por muitas vezes eu me peguei indeciso no que jogar. São tantas promoções boas que costumo comprar algo no FOMO (Fear of Missing Out, ou Medo de Ficar de Fora)  e acabo nem instalando os jogos, mesmo com a ajuda que serviços como o GeForce NOW trouxeram. Então no ano passado eu tomei a decisão de ser mais aberto à novas experiências com games e tentar zerar pelo menos um jogo por vez, e aproveitar ao máximo tudo o que um jogo tem à oferecer se eu gostar do jogo. Eu tinha visto um vídeo review sobre esse Lunistice para o Switch  e fiquei curioso, então eu comprei. Eu amo jogos de plataforma 3D, e adoro a estética dos jogos japoneses dos anos 90 na era do Sega Saturn e PS1, então logo fiquei intrigado com esse indie de 10 reais.



Lunistice segue um gameplay linear, com fases que tem um final único e ocasionalmente escondem caminhos secretos curtos onde coletáveis ficam escondidos. A história é minima, contada através de mensagens de texto que são desbloqueadas após o jogador coletar todas as letras do nome HANA nas fases e pegas as chaves. Toda a atenção no desenvolvimento foi para o jogabilidade em si, que me lembra uma combinação de Sonic Adventure (movimentação 3D e velocidade) com Crash Bandicoot (fases lineares). Aliás, é no incentivo à coleta de todos os objetos nas fases que Lunistice mais lembra os Crashs do PS1, pois passar das fases até que é moleza, o desafio real é coletar todos os origamis e as letras escondidas. Isso facilmente dobra o tempo de jogo de Lunistice, indo para umas 6 horas. A recompensa é uma fase extra na lua e novas conquistas.

As fases do parque são as mais legais. Os rails (corre-mãos) tem essa mecânica do
equilíbrio para aumentar a velocidade do jogador.


Os controles são simples de entender: você tem um pulo duplo; um botão de ataque giratório; um botão para correr; um para andar devagar (ideal em partes onde o chão é estreito). E fazer um ataque giratório no ar permite que o jogador execute um pulo triplo. É com esses simples fundamentos que todo o level design das fases é construído.

Cada nova fase introduz um gimmick novo, em um à um eles são construindo um em cima do outro, até que no último "mundo" o jogo atira todos os desafios no jogador. Mas mesmo assim, Lunistice não é injusto. O sistema de vidas é uma relíquia do passado dos jogos que os jogos modernos felizmente fazem questão de não lembrar. Morrer apenas te leva para o último checkpoint, que existem ao montes pelas fases. E todos os coletáveis permanecem coletados mesmo após o jogador morrer e voltar um checkpoint.

Você pode adicionar filtros para fazer o jogo ter a estética mais retrô. Pode até mesmo
travar o framerate do jogo em 20, para dar aquela autentica sensação de jogar em um PS1


Lunistice é um joguinho sem muitas pretensões. O próprio criador, A Grumpy Fox, disse que a ideia inicial era apenas fazer um jogo inteiro em 40 dias, como uma espécie de desafio pessoal. O projeto custou cerca de 1 ano para ficar pronto, mas o resultado final fala por si só: 60 FPS lisos, gráficos estilizados, e level design de qualidade, digno de um jogo da Nintendo.

Esse jogo custa uns 10 reais na Steam, então com troco de pizza você compra ele. São 15 fases legais que vão te divertir por umas boas 2 ou 3 horas, ou mais caso você queira fazer 100% com os personagens desbloqueáveis. Lunistice me fez lembrar que as vezes eu tenho que sair daquele circulo dos jogos AAA e do hype dos novos lançamentos, sempre buscando a próxima grande novidade, quando bons jogos já estão aqui disponíveis, muitas vezes por preços bem mais acessíveis - e que rodam até no PC mais modesto.

Pi-cá-bú!

Feliz 2023 para todos!

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